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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Transformações tecnológicas NA EDUCAÇÃO

Nesse momento de grandes transformações tecnológicas, vivemos uma fase em que, educação é considerada a grande ferramenta para impulsionar as sociedades que pretendem estar na vanguarda do desenvolvimento social e tecnológico, há uma disseminação de um discurso que tenta demonstrar e provar a importância da educação escolar no atual cenário mundial. É preciso refletir sobre os elementos que acompanham esse discurso. Esse discurso de aliar educação e desenvolvimento não é recente. Cunha (1991) procura demonstrar que se trata de um discurso que tem um papel ideológico.
Ele cumpre a função de livrar o sistema capitalista de maiores críticas. Assim, segundo a ótica liberal, o sistema educacional teria um papel de gerar oportunidades de ascensão social, garantindo a "igualdade de oportunidades". Diversos estudos demonstraram que esse discurso não se sustenta, o desenvolvimento de uma nação se dá por um conjunto de fatores. A educação escolar não pode ser encarada como panacéia para todos os males. Nóvoa ilustra bem a insistência nesse discurso:
                  A história da escola sempre foi contada como a história do progresso. Por aqui passariam os mais importantes esforços civilizacionais, a resolução de quase todos os problemas sociais. De pouco valeram os avisos de Ortega y Gasset - e de tantos outros - dizendo que esta análise parte de um erro fundamental, o de supor que as nações são grandes porque a sua escola é boa: certamente que não há grandes nações sem boas escolas, mas o mesmo deve dizer-se da sua política, da sua economia, da sua justiça, da sua saúde e de mil coisas mais.
                  A escola cresceu nesta crença. E os professores acreditaram que lhes estava cometida a missão de arautos do progresso. Contra tudo e contra todos, se preciso fosse (...).
(NÓVOA, 1998, p. 19/20).
Muitas pesquisas incorporam modelos do exterior de forma simplificada e "descolada" da nossa realidade. Essa adesão imediatista às propostas presente nos discursos das "estrelas internacionais da educação", gera um empobrecimento teórico e falta de consistência em muitos trabalhos. Muitas teorias são criadas sob essa perspectiva e colocadas a disposição das diversas secretarias de educação do país. Há um desperdício de recursos financeiros e, as constantes mudanças, provocam insegurança nos profissionais das escolas.
                  A adesão pela moda é a pior maneira de enfrentar os debates educativos, porque traduz uma "fuga para a frente", uma opção preguiçosa, porque... falar de moda dispensa-nos de tentar compreender. (NÓVOA, 1998, p. 29).
O fato é que falta uma política pública realmente sólida, para a tão decantada crise do sistema educacional. Não dá pensar no sistema educacional de forma isolada. Ele está atrelado a um projeto de país que está inserido num sistema econômico internacional. Não basta "valorizar" a educação no discurso é preciso ir além das aparências e buscar saídas que durem mais.

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